
Não são poucas vezes que vejo e escuto as pessoas dizendo que não acreditam no amor ou, que não sabem sentir-se amadas, e, tampouco, querem olhar para si e responder a cada situação de suas vidas com amor.
Eu entendo, que em muitas situações todos nós já fomos feridos, já nos decepcionamos, e, pelo medo de se ferir novamente nos fechamos ao amor, em uma tentativa de não se frustrar, ou, de não se machucar.
No entanto, aqui está um grande equivoco, porquê ao nos fechar para o amor, estamos nos fechando para a vida, para nós mesmos, pois, Deus nos criou por amor e para o amor. Quando resolvemos ” matar” o amor, estamos ” matando a nós mesmos.”
E, digo isso, sem força de expressão, pois, ao optarmos a viver assim, vamos cair em um orgulho, em um narcisismo, e, caindo em um profundo abismo de medo, de orgulho, vaidade e prepotência. E, com muita convicção eu falo que esse sofrimento é muito maior, basta olhar a nosso redor e ver todo caos que estamos vivendo, e, a raiz disso tudo, está justamente no fechamento de si.
Contudo, se hoje você se sente presa na dor, na decepção, o caminho está na doação, está em permitir com que o Amor, o verdadeiro amor que somente Deus pode nos dar, seja fecundo em nossa vida, e, assim ir nos curando. Escolha amar, escolha perdoar, escolha reconciliar a sua história, e, com certeza, o amor irá te curar das feridas que a vida, a pessoa, ou, você mesma te causou.
Em um momento de conflito Santa Teresinha rezando fez a experiência com essa Palavra ” Ainda que falasse a língua dos anjos, de nada valeria, sem o amor. ” ( I Cor 13, 1).
Dessa experiência refletiu ‘Então no excesso de minha alegria delirante, exclamei: Ó Jesus, meu amor… minha vocação, enfim eu a encontrei, minha vocação é o amor. Sim encontrei meu lugar na Igreja e esse lugar, ó meu Deus, foste tu que mo deste… no Coração da Igreja, minha mãe, eu serei o amor… assim serei tudo… assim meu sonho será realizado!!! ( Manuscrito B, 3v).”
A nossa vida só será feliz quando amarmos, quando servimos, quando ao fazer um almoço, limpar uma casa, cuidar dos filhos, trabalhar, estudar, ou, nos gestos mais simples descobrirmos o amor que podemos colocar em cada atitude, em cada ação do nosso dia.
Não espere a dor passar, não espere a decepção diminuir, não espere a pessoa certa chegar, ame, ame e ame!
Não tenha medo, o amor não nos decepciona, o que decepciona são as paixões desordenadas, o orgulho ferido, a vaidade, a indiferença!
Certamente, fui ferida em alguns momentos da minha vida, mas, digo, eu escolho o amor a cada dia, pois ele nos liberta, ainda que cause algum sofrimento, ferida, ele nos eleva, nos transcende, e, nos torna mulheres mais fortes, que sabem ser dóceis e corresponder a sua vocação mais profunda de cuidar, e, de exalar bondade, firmeza e leveza por onde passar.
As feridas que foram causadas, foram cicatrizadas a medida que eu ia me abrindo para o Amor, a medida que eu ia contemplando a cruz, e via que lá está o ápice do amor e o ápice da dor, mas, Ele não desistiu de mim, não desistiu de você!
A providência de Deus se manifesta a cada dia em nossa história, Deus sabe das nossas necessidades, e, fará brilhar a sua luz mesmo em meio a nossa escuridão. Mas, Ele espera uma abertura do seu coração, dê espaço para que o amor Dele te liberta, para que o perdão Dele cure sua alma, e, a partir dessa adesão, seja revestida da graça de Deus, e, inicie uma nova jornada.
Por fim, “O perfeito amor lança fora todo temor”. (1 Jo 4, 18), por isso, digo ainda podes dizer sim ao amor.
Deus abençoe!
Missionária – Bruna Ferreira