
No evangelho de Lucas 11, 5-13 Jesus depois de ensinar os discípulos a oração do Pai nosso, usa de um recurso fantástico que há em cada ser humano, para tirá-los e tirar-nos do automatismo das redes de comportamento que vamos aderindo e adquirindo, sem ao menos compreender o sentido daquilo que fazemos!
Os discípulos queriam que Jesus ensinasse, “como João ensinou aos seus discípulos”, como se a oração fosse apenas uma regra a ser cumprida! E Jesus assim o faz, ensina-os a orar, mas Ele vai além!
Pedindo aos discípulos: “imaginai que um de vós…”, Jesus cria para os discípulos uma quase realidade que é capaz de preceder uma decisão, para que eles pudessem se aproximar do valor que a oração tem diante de uma necessidade.
A imaginação tem em cada um de nós esse aspecto de possibilidade de criadora, despertando em cada pessoa a dimensão criativa, por isso ela é anterior à decisão.
Perceba que logo depois de usar a imaginação e despertar o poder criador dos discípulos, Jesus lhes diz: “Pedi…Procurai…bate…” Impulsionando a cada um para uma ação, para a responsabilidade e portanto para a autonomia, não mais para uma repetição!
As redes, sejam elas sociais, das mídias digitais, dos grupos de amigos, da família, não podem nos automatizar em nosso comportamento e pensamento, devem ser referência e ponto de partida, para que ao imaginar uma possibilidade, possamos gerar em nós a capacidade e com a Graça da oração possamos enfim agir com autoridade e autenticidade!
A oração é portanto, a possibilidade de encontrar em cada um de nós a potencialidade que somos e atualizá-lo em nosso dia a dia, de modo que cada instante se torne repleto de sentido e nós nós tornemos cada vez mais quem nós somos, segundo Aquele que nos desejou, criou e amou desde toda a eternidade.
Missionária – Amanda Barbosa da Costa