Eu nunca imaginei que um dia seria o fundador de uma comunidade.
Minha jornada começou com uma rica experiência na Igreja, como membro de um conhecido movimento, o Alicerce, onde atuei por mais de dez anos. Eu estava satisfeito com esse trabalho e levava uma vida “normal”, casado, com uma carreira sólida em indústrias e no serviço público, acreditando que tudo se encaminharia assim.
No entanto, a vida me levou a um afastamento da igreja, resultando em experiências difíceis, como o envolvimento com bebidas e adultério. Mas, pela graça de Deus, esse período de escuridão se transformou em uma nova oportunidade. Ao retornar, pensei que tudo se resumiria a retomar as atividades normais, a trabalhar na igreja novamente.
Tive uma passagem pela minha paróquia e, eventualmente, voltei ao movimento Alicerce.
No começo, tudo parecia rotineiro: coordenando, dando palestras e organizando retiros. Mas, com o passar do tempo, percebi que Deus tinha planos maiores para mim. Sinais começaram a surgir, através de pessoas e acontecimentos, indicando que Ele desejava algo mais profundo.
Dentro do grupo, havia divisão sobre a ideia de formar uma comunidade. Alguns apoiavam, outros eram mais céticos, e eu estava perdido entre as duas opiniões. Não que eu rejeitasse a ideia, mas não me sentia capaz — e, de fato, eu não sou. Mas Deus, em Sua infinita sabedoria, começou a me cercar com sinais. Um momento decisivo ocorreu durante um encontro com monsenhor Jonas Abib, que me questionou: “Quando vocês se tornarão uma comunidade?” Essa pergunta ecoou em minha mente, desafiando-me a refletir.
Então, em um retiro do Movimento Alicerce, em uma noite de profunda inquietação, percebi que Deus me pedia uma decisão. Impulsionado não por certeza, mas por uma fé inspiradora, fundei a Comunidade Católica Alicerce. Eu não tinha ideia do que me esperava, e lutei internamente, sentindo-me incapaz, mas escolhi obedecer.
Hoje, olhamos para esses anos com gratidão e reflexão. Quatorze anos se passaram, repletos de desafios, alegrias, tristezas, conquistas e decepções. O que mais importa, porém, é a certeza de que estamos fazendo a vontade de Deus, caminhando com fé, mesmo sem saber exatamente aonde isso nos levará.
Fundador e Moderador – José Mauricio Ferreira dos Santos